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Comitê de Investimentos realiza a reunião mensal de novembro


ATA N° 015/2019

Aos dezenove dias do mês de novembro do ano de dois mil e dezenove, às dezessete horas e cinco minutos, na Sala da Contabilidade da Prefeitura, reuniram-se o Gestor de Recursos e os membros do Comitê de Investimentos para a reunião mensal, tendo como pautas: apresentação e avaliação do cenário macroeconômico, o desempenho da carteira de investimentos do FAPS no mês de outubro, a Política de Investimentos para 2020 e também para discutir alterações ou não na composição dos investimentos. Inicialmente, como de costume, cada presente fez a sua exposição. Renata Pasqualotto Rosetto comentou que a alta volatilidade da cotação do dólar no Brasil é fruto da falta de estabilidade institucional, política, jurídica e econômica do país e pode afastar investimentos estrangeiros. Nos últimos 100 dias, dentre os países do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), o real é a segunda divisa menos estável, logo atrás do rand sul-africano. No período, o dólar no Brasil variou de R$ 3,74 a R$ 4,20. Mencionou a posição de Joelson Sampaio, da Fundação Getúlio Vargas, de que a volatilidade do dólar assusta, mas outras coisas assustam mais, como a incerteza quanto a reformas e o ambiente político. Além de protestos nos países vizinhos, a saída de Jair Bolsonaro do PSL e a falta de uma base governista sólida no Congresso, a alta do dólar no Brasil reflete um cenário negativo para ativos de risco do exterior, ainda mais com a guerra entre EUA e China e a desaceleração da economia global. Neste cenário, investidores buscam mais proteção. Os estrangeiros retiram seus recursos e os domésticos investem em dólar, que é um dos ativos mais seguros do mundo. Neste ano há saída de R$ 30 bilhões em investimento estrangeiro da Bolsa de valores brasileira. Este é o pior saldo desde 2008, ano da crise financeira. Outra explicação para essa saída é a queda dos juros no Brasil. Com a Selic na mínima histórica, a 5% ao ano, o carry trade perde força. Carry trade é uma estratégia de negociação que envolve empréstimos a uma taxa de juros baixa e o investimento em um ativo que fornece uma taxa de retorno mais alta. É considerado altamente especulativo. No curto prazo, ele pode servir para ajudar um país a financiar o seu déficit fiscal. Porém ele nunca deve ser levado em consideração no longo prazo, pois a qualquer sinal de crise os investidores que operam dessa forma levam o seu dinheiro embora. Gabriela Romio também trouxe relatos da economia interna. Segundo ela, os analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central elevaram pela segunda semana seguida a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a inflação oficial do país. Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 18, a inflação deve encerrar 2019 em 3,33%, acima dos 3,31% previstos na semana anterior. Apesar da elevação, a expectativa segue abaixo da meta central, de 4,25%. Para 2020, o mercado financeiro manteve em 3,60% sua previsão para o próximo ano. A previsão dos outros indicadores ficaram estáveis. Os economistas projetam crescimento de 0,92% do Produto Interno Bruto (PIB). Caso a previsão se confirme, a economia avançará menos que nos dois anos anteriores, quando cresceu 1,3% em 2017 e 1,1% em 2018. Para 2020, a projeção é o crescimento de 2%. O mercado manteve a projeção para a taxa básica de juros, a Selic. a 4,5% ao ano ao fim de 2019. No comunicado da redução da Selic de 5,5% para 5%, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou que deve cortar a Selic em mais 0,5 ponto percentual em dezembro para estimular a retomada da economia, que continua com alto grau de ociosidade. Para o fim de 2020, os economistas apostam em mais corte, terminando em 4,25% ao ano. A projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2019 permaneceu em 4 reais por dólar. A equipe do ministro da Economia, Paulo Guedes, já não acredita mais na possibilidade de aprovar, ainda em 2019, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da emergência fiscal. Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre e da Câmara, Rodrigo Maia chegaram a dizer que seria possível aprovar a proposta neste ano, mas o governo e o Congresso focaram em outros temas nos últimos dias, como a crise no PSL e o debate sobre prisão após condenação em segunda instância, tornando a meta praticamente impossível. De olho na situação fiscal da União no ano que vem, a equipe econômica esperava aprovar a PEC, que integra o conjunto de propostas do Pacto Federativo e geraria uma economia de quase R$ 30 bilhões no ano que vem. Esses recursos ajudariam a aumentar investimentos em 2020 e a reduzir o déficit fiscal, que neste ano pode ficar abaixo de R$ 80 bilhões, bem menor do que a meta de R$ 139 bilhões aprovada pelo Congresso. Verônica Letícia Bressan trouxe as informações do cenário externo. O surto da peste suína africana vem atingindo a China desde agosto de 2018, impactando significativamente a exportação de carne suína de outros países a fim de preencher a lacuna deste produto. Desta forma, o aumento da exportação de carne suína impactará significativamente no aumento do valor bruto da produção pecuária do Brasil, podendo atingir níveis recordes, na casa dos 234,5 bilhões de reais em 2019. Ainda na China, o Banco Central informou nesta segunda-feira, dia 18, o corte de financiamento de curto prazo pela primeira vez desde 2015, sinalizando que as autoridades chinesas estão prontas para sustentar o crescimento do país. Nicolás Maduro, presidente da Venezuela, afirmou que o crescimento das transações em dólar são uma válvula de escape para que o país consiga atravessar a crise econômica, podendo ajudar a recuperação do país, a disseminação de forças produtivas e a economia. Iniciou nesta última semana a fase de audiências públicas referentes ao processo de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Os depoimentos a portas fechadas vêm acontecendo a mais ou menos um mês. Trump é acusado de ter pressionado a Ucrânia a investigar seu rival político Joe Biden, principal pré-candidato democrata na corrida para as eleições de 2020 e o embaixador dos Estados Unidos em exercício na Ucrânia, Bill Taylor, fez uma revelação que pode complicar a situação do presidente americano e tem o potencial de representar uma grande reviravolta no processo de impeachment, o depoimento do diplomata Bill Taylor está marcado para a próxima quarta-feira e poderá nortear todo o processo daqui a diante. Patrícia Mocelin também explanou sobre os fatos externos. As bolsas asiáticas fecharam sem direção única nesta terça-feira, em meio a persistentes dúvidas quanto ao andamento das negociações entre Estados Unidos e China para selar um acordo comercial preliminar. Incertezas sobre o diálogo sino-americano ressurgiram ontem quando uma correspondente da CNBC citou fonte relatando que o governo chinês está pessimista em relação às chances de um acordo com os EUA desde que o presidente americano, Donald Trump, disse que não haverá reversão de tarifas já impostas a importações. Além disso, questões sobre propriedade intelectual e compras de produtos agrícolas americanos pela China continuam sendo obstáculos para um entendimento comercial entre os dois países, segundo reportagem do jornal South China Morning Post. Por outro lado, no fim da tarde de ontem, o Departamento do Comércio dos EUA decidiu estender por 90 dias uma licença que autoriza empresas americanas a promoverem transações "específicas" e "limitadas" com a gigante tecnológica chinesa Huawei, iniciativa que ajudou as bolsas de Nova York a virar para cima e renovar recordes de fechamento nos negócios da segunda-feira. Keila Ferraz de Quadros destacou o desempenho da Renda Fixa e Variável no decorrer de outubro, bem como as perspectivas para novembro. Segundo ela, continuou em outubro o movimento de forte fechamento das curvas de juros locais fazendo com que o mês tivesse ótimo desempenho. Destacou o resultado de cada índice: IMA B 5 +: 4,67%; IMA B 3,36%; IRF M 1+: 2,22%; IRF M: 1,70%; IMA GERAL ex-C: 1,69%; IMA B 5: 1,65%; IDKA IPCA 2 A: 1,23%; IRF M 1: 0,62% e o CDI 0,48%. Já na Renda Variável destacou o IBOVESPA com valorização de 2,36% em outubro e de 22% no ano, fechando em 107.220 pontos em 31 de outubro. Apesar do início de novembro ter tido uma queda no índice, a perspectiva ainda é otimista. Na Renda Fixa há mais expectativa em juros nominais curtos. O Gestor Adriano Kaufmann expôs a rentabilidade de cada fundo de investimento no mês de outubro e também a Política de


Investimentos para 2020 para análise e debate do comitê de investimentos. Sobre as rentabilidades teve-se os seguintes resultados: o fundo CAIXA BRASIL IMA B TP RF LP teve ganhos de 3,32%. Os fundos com benchmark em IRF M1, tiveram rentabilidade de 0,61% para o fundo BANRISUL FOCO IRF M1 FI RF, 0,60% para o fundo CAIXA BRASIL IRF M1 TP RF e 0,60% para o FUNDO BB PREVIDENCIÁRIO RF IRF M 1 TP. O fundo BB PREVIDENCIÁRIO RF ALOCAÇÃO ATIVA FIC com benchmark em IMA Geral Ex-C teve ganhos de 1,80%. O fundo CAIXA BRASIL IMA B 5 TP RF, com benchmark IMA B 5 teve rentabilidade de 1,64%. O fundo CAIXA BRASIL IRF M TP RF com benchmark IRF M teve rentabilidade de 1,69%. O fundo CAIXA BRASIL IDKA IPCA 2 A TP RF LP, com benchmark IDKA IPCA 2A rendeu 1,28%. Já os fundos de oportunidades que são os fundos com carência obtiveram os seguintes resultados: CAIXA BRASIL 2024 II com 0,53%; CAIXA BRASIL 2024 IV teve ganho de 2,39% e BB PREVIDENCIÁRIO RF TP X com 1,68%. Já o fundo em renda variável CAIXA CAPITAL PROTEGIDO MULTI teve rentabilidade de 0,35%. O FUNDO CAIXA BRASIL IMA B 5 + TP teve a melhor rentabilidade do mês de 4,64%. O total de rendimentos alcançados em outubro foi de R$ 735.755,96, com rentabilidade média de 1,74%. A meta alcançada até 31 de outubro de 2019 foi de 12,17%, enquanto o IPCA + 6% totaliza 7,75%. Assim, o FAPS está superando a meta em 4,42 pontos percentuais. O patrimônio total do FAPS em 31/10/2019, conforme extratos era de R$ 43.075.335,40. Com relação às trocas na carteira de investimentos, o Comitê optou pela manutenção da atual composição, apesar de até o presente momento, o mês de novembro ter apresentado resultados ruins. Dessa forma, não seria oportuno realizar essas perdas neste momento. Posterior a apresentação dos resultados de outubro, Adriano em conjunto com os membros do comitê passaram a analisar a Política de Investimentos para 2020. Primeiramente Adriano destacou que, de acordo com a Portaria n° 17 de 20/05/2019, a taxa de juros para parâmetro não é mais 6% acrescido do IPCA. Deverá ser observada a duration de cada plano. No caso do FAPS, a meta para 2020 será o IPCA + 5,86%. Outras mudanças que acontecerão após atualizar a legislação local com base na PEC 06/2019 é as alíquotas de 14% para servidores e, consequentemente, no mínimo 14% de alíquota patronal. Os membros definiram o texto base da Política de Investimentos, sendo que os principais pontos definidos foram: a vigência: todo o ano de 2020; os objetivos da política de investimentos: contemplam os horizontes de curto e longo prazo para garantir o equilíbrio do plano tendo como meta o IPCA + 5,86%; modelo de gestão: Gestão própria; aspectos legais: a política de investimentos atende aos requisitos da Resolução n° 3922/2010 e suas alterações; Conjuntura Econômica e Análise de Mercado: elaborado o contexto macroeconômico com acontecimentos de 2019 e as perspectivas para 2020; Controle de Riscos: mercado, liquidez e crédito; Diretrizes para Alocação dos Recursos: gestão dos recursos; Estratégias de Alocação: avaliação dos cenários com base nos limites de alocação; Vedações: observações que devem ser seguidas de como não proceder. O texto base produzido será discutido e avaliado e na próxima reunião será pautado para aprovação do Comitê. Posterior a aprovação em dezembro, o COADFAPS fará a sua apreciação e aprovação. O envio do DPIN deverá acontecer até o final de dezembro. Nada mais havendo a tratar lavrou-se a presente ata que após lida segue assinada pelos presentes. Sarandi, 19 de novembro de 2019.


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