Reunião Mensal do Comitê de Investimentos de Outubro de 2020
- FAPS SARANDI
- 31 de out. de 2020
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Aos vinte e três dias do mês de outubro do ano de dois mil e vinte, às treze horas e dez minutos, na Sala da Contabilidade da Prefeitura Municipal, reuniram-se o Gestor de Recursos e os membros do Comitê de Investimentos para a reunião mensal, tendo como pautas a apresentação e avaliação do cenário macroeconômico atual e o desempenho da carteira de investimentos no mês de setembro. Ao iniciar, o Gestor Adriano Kaufmann costumeiramente trouxe ao grupo a rentabilidade de cada fundo de investimento no mês de setembro. A rentabilidade de cada fundo de investimento foi a seguinte: CAIXA BRASIL IMA B 5 TP RF rendeu -0,16%, CAIXA BRASIL IMA B TP RF LP -1,53%, CAIXA BRASIL IRF M1 TP RF 0,13%, CAIXA BRASIL 2024 II TP RF 0,89%, CAIXA BRASIL IDKA IPCA 2 A TP RF LP 0,04%, CAIXA BRASIL 2024 IV TP -0,77%, CAIXA BRASIL IRF M TP RF -0,61%, BANRISUL FOCO IRF M1 FI RF 0,12%, BB PREVIDENCIÁRIO RF TP X 0,33%, BB PREVIDENCIÁRIO RF ALOCAÇÃO ATIVA FIC -0,75%, CAIXA CAPITAL PROTEGIDO MULTI -0,44%, CAIXA BRASIL IMA B 5 + TP -2,64%, BB PREVIDENCIÁRIO RF IRF M 1 TP 0,04%, BB PREVIDENCIÁRIO TP X -0,25% e o fundo BB PREVIDENCIÁRIO AÇÕES GOVERNANÇA FI -5,04%. O rendimento foi negativo de R$ 356.787,87, com rentabilidade de -0,79%. O investimento em BOVA 11 teve a aquisição de 2500 cotas a R$ 94,65 e 3000 cotas à R$ 95,94. No mês de setembro a desvalorização foi de 5,32% no total do ISHARES BOVA 11. Posteriormente cada membro do Comitê de investimentos fez sua explanação. Renata Pasqualotto Rosetto disse que no Brasil, os temores sobre a saúde das contas públicas seguem no radar dos investidores, que estão em busca de pistas sobre como o governo federal vai financiar o Renda Cidadã, futuro substituto do Bolsa Família, sem desrespeitar o teto de gastos. O Brasil não consegue se aproveitar do apetite dos investidores por conta do risco fiscal que ainda está na mesa, e o mercado aguarda definições que provavelmente ficarão para depois das eleições. O Banco Central já tem colocado há algumas reuniões a importância da política fiscal para a condução da política monetária. O rumo das contas públicas e a manutenção do teto de gastos ganharam importância adicional, já que, desde agosto, o Copom tem vinculado as decisões de juros de médio prazo à continuidade do regime fiscal e às expectativas de inflação. Ao avaliar os passos futuros da política monetária, se mantido o teto de gastos, os juros devem permanecer baixos por bastante tempo e a inflação se manteria em níveis bem comportados. Acredita-se que uma normalização da Selic poderia ter início no segundo semestre do ano que vem. Mas o Banco Central ainda deve enfatizar que o balanço de risco para a inflação piorou, devido à incerteza quanto ao prosseguimento das reformas e da consolidação fiscal e entende que a Selic permanecerá estável até o fim do ano. Keila Ferraz de Quadros disse que o consenso do mercado aponta para a manutenção da Selic nos atuais 2% por um período prolongado, com o início de uma normalização da política monetária somente no fim de 2021. A tendência é de que os juros não devam subir no horizonte relevante e que podem voltar a cair em 2021. “Vemos uma chance bastante grande de que o Brasil precise de mais cortes de juros e de manutenção das taxas baixas por ainda mais tempo”, afirma o diretor de investimentos da gestora, Guilherme Abbud, para quem o juro básico pode terminar o próximo ano entre zero e 1%. “A nossa tese é de que o brasileiro passou tantas décadas tendo medo dos mesmos problemas que hoje não consegue ver que o nosso principal desafio tem uma natureza diferente. O brasileiro morre de medo da desvalorização cambial e de haver uma explosão inflacionária logo à frente, até porque a inflação é a nossa grande cicatriz aqui. No entanto, acredita-se que o grande desafio do Brasil hoje é a falta de capacidade de crescimento, o que se traduz em pressões desinflacionarias. Gabriela Romio trouxe os dados do Boletim Focus, divulgado em 16 de outubro de 2020 a previsão para o IPCA passou de 2,47% na semana passada para 2,65% essa semana, mantendo a sequência de altas para esse indicador, que há quatro semanas estava em 1,99%. Essa é a décima semana em que o IPCA apresenta alta. Para o PIB de 2020, o boletim Focus trouxe uma projeção levemente melhor. Na semana passada, a queda esperada para a economia brasileira esse ano era de 5,03% e agora está em 5,00%. A estimativa para a cotação do dólar é de R$ 5,35. Para 2021, a projeção passou se manteve em R$ 5,10. Já a previsão para a taxa básica de juros da economia para esse ano se manteve inalterada em 2%, assim como para 2021, em 2,50%. Patrícia Mocelin trouxe um pouco do cenário internacional. A pauta principal é que falta menos de 40 dias da eleição nos Estados Unidos. As pesquisas apontam vantagem democrata, com Joe Biden liderando as pesquisas nacionais por margem média de aproximadamente 7 pontos percentuais e retendo vantagem em grande parte dos estados mais disputados do colégio eleitoral americano. O atual cenário parecia pouco provável antes da chegada do coronavírus, quando Trump era o favorito. No entanto, a dinâmica da disputa foi influenciada por três fatores: a evolução do coronavírus no país, os resultados econômicos e os protestos contra o racismo. Todos esses aspectos incialmente favoreceram Joe Biden. Nas próximas semanas, a tendência esperada de estabilidade ou melhora dos indicadores econômicos e da saúde favorecem o acirramento da disputa. É importante para o mercado financeiro acompanhar também a disputa no Congresso norte-americano. Caso o presidente eleito não tenha controle das duas Casas, será difícil implementar políticas mais arrojadas, como aumentos tributários defendidos por Biden. Antes da pandemia, era praticamente certo que o Congresso se manteria dividido: Câmara sob controle dos democratas e Senado dos republicanos. Porém, com a chegada do coronavírus e a queda de Trump nas pesquisas, a disputa pelo Senado se viu acirrada mais uma vez. Apesar disso, num cenário em que a diferença entre Biden e Trump se reduz até novembro, um arrebatamento democrata do Senado parece pouco provável. Verônica Letícia Bressan Merten disse que os Estados Unidos assinaram na última segunda-feira um protocolo adicional ao Acordo de Comércio e Cooperação Econômica, o qual inclui mecanismos para facilitação de comércio e cooperação econômica, boas práticas regulatórias e anticorrupção. Segundo o Itamaraty, o “principal objetivo é criar um ambiente econômico favorável aos negócios e à reinserção competitiva do Brasil na economia internacional”. De acordo com levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas, no mês de agosto de 2020 o PIB apresentou alta de 2,2%, mas em relação ao mesmo mês do ano anterior, houve queda de 4,9%. O Banco do Povo da China decidiu manter inalteradas suas taxas de juros de referência para empréstimos de curto e longo prazos pelo sexto mês consecutivo. Na última quinta-feira, o Presidente Jair Bolsonaro afirmou a o Ministro da Economia, Paulo Guedes, que o Brasil não aumentou os impostos durante a pandemia do coronavírus e nem fará o aumento quando a pandemia acabar. O Reino Unido e o Japão assinaram um acordo comercial bilateral nesta sexta-feira, o qual inclui setores que vão do têxteis a novas tecnologias, passando por queijos e autopeças e outros. Segundo informações do IBGE na data de hoje, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) acelerou a 0,94% em outubro, a maior taxa para o mês desde 1995 e da maior alta mensal desde dezembro do ano passado. Adriano informou que no dia de ontem foi efetuada a venda de 2500 cotas de BOVA 11 à R$ 98,00, as quais haviam sido compradas a R$ 94,65, o que deverá representar um lucro líquido de 3%. Os presentes decidiram que não farão nenhuma nova alteração na carteira e que seguirão acompanhando diariamente os investimentos em BOVA 11 para aproveitar as oportunidades que surgirem. Nada mais havendo a tratar, lavrou-se a presente ata que após lida segue assinada pelos presentes. Sarandi, 23 de outubro de 2020.

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